domingo, 16 de março de 2008

Ilha do Mel

Ilha do Mel
10/12/2002

Sendo uma Estação Ecológica ou Unidade de Conservação, é administrada pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) que estipula o número de visitantes em 5.000 pessoas. Portanto programe-se antes de viajar pois nos fins de semanas, feriados prolongados e no verão a Ilha costuma lotar.

Este pedacinho do céu fica no Paraná, a duas horas de Curitiba. Para chegar, partindo da capital, você deve ir até Pontal do Sul no litoral e pegar um barco. Em trinta minutos você estará numa ilha em que até pouco mais de dez anos não existia luz elétrica, nem água encanada.


Ilha do Mel
Apresentando uma das mais belas paisagens litorâneas, suas construções históricas remontam ao século XVIII. A Fortaleza da Barra, foi construída em 1767 por ordem do rei de Portugal, D. José I. objetivou proteger não apenas o local, mas o país, uma vez que em Paranaguá está um dos principais portos do Brasil. Em 1850, nesta fortaleza, o “Combate Cormorant” marcou a história de Paranaguá. O vapor de guerra inglês aprisionou três embarcações nacionais em decorrência do tráfico ilícito de escravos, originando a referida batalha. A paisagem que identifica a ilha - o Farol das Conchas, situa-se no Morro das Conchas, e foi construído por ordem de D. Pedro II, cumprindo, desde 1872 até nossos dias, seu objetivo de orientar os navegadores que adentram a baía de Paranaguá.

Estacionamento: Seu carro fica guardadinho no continente (não se preocupe, pois lá tem um lugar especialmente para isso) enquanto você passará dias inesquecíveis em uma ilha distante da agitação.

Um dos 5 ecossistemas costeiros mais complexos do mundo.

História
Em 1938 foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e recentemente passou por restauração afim de receber visitantes e pesquisadores.

Na primeira metade do século XVII, ocorreu a ocupação portuguesa das terras do litoral e primeiro planalto paranaense. Os portugueses estabeleceram-se aqui com os objetivos principais de escravizar indígenas e encontras metais preciosos (BALHANA et al, 1969). O atual Estado do Paraná incluía-se então nas Capitanias de São Vicente e de Santo Amaro, quando depois de constituir uma capitania quase autônoma (de Paranaguá) sob o domínio de Gabriel de Lara passou a fazer parte da Capitania de São Paulo, em 1711 (FIGUEIREDO, 1954).

Os ameríndios carijós ocupavam o litoral paranaense e o sul do Brasil antes da colonização, dominando então desde o litoral de Cananéia em São Paulo até a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul. Os numerosos Sambaquis existentes na ilhas de nosso litoral representam restos da antiga civilização carijó, que habitava locais próximos aos mangues e enseadas, pela existência de muitos peixes, ostras, mariscos e outros alimentos (MARTINS, 1939).

O Episódio Cormorant, praticamente um dos mais relevantes capítulos da história da Ilha do Mel, mas também um dos mais negativos, diante dos conceitos modernos de discriminação e preconceito. Quando surgiram as primeiras leis contra o tráfico de escravos, em 1826 e 1831, Paranaguá se tornou ponto de desembarques clandestinos, convertendo-se num dos maiores centros de contrabando de escravos no Brasil. Desembarcados em Paranaguá, os escravos eram negociados e transportados para outros pontos do Brasil.
Por razões econômicas e políticas, a Inglaterra queria acabar com o tráfico de escravos para o Brasil. Pressionando para estabelecer um acordo internacional, os ingleses, que tinham o poderio marítimo na época, em 1845 criaram uma lei chamada bill Aberdeeen, que autorizava seus navios a perseguir os brasileiros que estivessem transportando negros, mesmo na costa brasileira. Como tal comércio envolvia muito interesses, o tráfico não diminuiu, protegido que se encontrava pelo labirinto que formava o acesso a Paranaguá e a facilidade de para esconder os escravos nas ilhas existentes na baia. Foi assim que em 29 de junho de 1850. O cruzador britânico Cormorant entrou na Baia de Paranaguá para aprisionar navios brasileiros carregados de escravos trazidos da Africa. Tal fato provocou a revolta dos moradores locais, principalmente dos jovens que viam tal ato como invasão e desrespeito, ainda mais estimulados pelos ricos proprietários de naus contrabandistas e ricos negociantes de escravos, o que culminou com a ação do comandante de um nos navios brasileiros, o Astro, o qual, para não ser apanhado pelos ingleses afundou a embarcação com dezenas de negros presos nos porões. Para a população foi o estopim. Jovens acadêmicos e filhos de comerciantes saíram sorrateiramente à noite e dirigiram-se para a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha do Mel, onde, juntamente com apoio de alguns militares do Forte e mais alguns habitantes de ilhas vizinhas se uniram para preparar um ataque de surpresa e impedir os "invasores" de levar para mar alto as embarcações aprisionadas por crime de tráfico de escravos.O Cormorant já estava saindo da baía, escoltando os barcos que capturara (Dona Ana, Sereia e Campeadora) quando a Fortaleza da Ilha do Mel abriu fogo contra ele. O combate não durou mais do que quinze minutos e o Cormorant conseguiu passar, não sem antes queimar e afundar o Dona Ana e o Sereia, levando consigo somente a galera Campeadora.O combate teve muita repercurssão, pró e contra, mas, de positivo mesmo, aconteceu que, naquele ano, em face ao episódio Cormorant, o governo aprovaria a Lei Euzébio de Queiróz, contra o tráfico de escravos.

A Ilha, divide-se em regiões distintas, conhecidas como Farol, Encantadas, Nova Brasília e Fortaleza.

A praia da Fortaleza é a de maior movimento. Onde se tem uma visão inesquecível das ilhas de Superagüi (onde está o Parque Nacional do Superagüi) e das Peças.

A Fortaleza é o mais antigo ponto de veraneio. Famílias tradicionais de Curitiba e do Litoral foram os primeiros veranistas a desfrutar das delícias da Ilha do Mel. É alí que se encontra a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construída em inicio de 1766 pela necessidade de proteger a Vila de Paranaguá contra a pirataria e tráfico de escravos. Ainda hoje conserva armamentos da época e no topo do Morro das Baleias está localizado um labirinto de canhões e um mirante, de onde se pode deslumbrar um dos mais belos visuais cênicos da Serra do Mar.

Com praias maravilhosas e próprias para a prática de windsurf e outros esportes náuticos, a Fortaleza é um local muito calmo e tranqüilo, com uma comunidade mais conservadora. Possui pousadas bastante acolhedoras, e é na Fortaleza que está localizado o único hotel existente na Ilha do Mel. Marco histórico da Ilha, a Fortaleza conta em suas páginas o episódio épico do Cormorant, mesclado do forte espírito independente da gente brasileira com o atávico sentido de comércio escravo dos nossos colonizadores.

É na praia ao lado, a das Conchas, que está a paisagem que mais identifica o lugar: o Farol das Conchas. Ele foi construído por ordem de D. Pedro II, e até hoje orienta os navegantes na entrada da Baía de Paranaguá.

Se você gosta de surfar, vai se amarrar na Praia Grande. As ondas podem chegar até 3 metros! Na Praia do Miguel, logo em seguida, por também ser um mar aberto como a Praia Grande, é preciso tomar cuidado ao se banhar.

Em Pontal do Sul, perto do Trapiche (pier) de embarque para a Ilha do Mel existem diversos estacionamentos seguros (murados com segurança dia e noite) que cobram por diária ou semana (em torno de R$ 6,00 p/ dia).

A travessia é feita de barco (não tem ponte) e leva cerca de 25 minutos partindo de Pontal do Sul ( R$ 11.00 ida e volta já incluída a taxa de visitação) e 2 horas de Paranaguá (R$ 16.00 ida e volta). Existe uma contribuição de visitação de R$ 2.00 por pessoa pagas no embarque em Pontal do Sul.

Qualquer tipo de veículo automotor (carro, motocicleta, scooter e até helicóptero - salvo emergências) são terminantemente proibidos na Ilha.

O Farol das Conchas foi construído em 1872 para orientar os navegadores na entrada da Baía de Paranaguá.

Nos Trapiches (piers) de Nova Brasília e Encantadas existem diversos carreteiros (com pequenos carrinhos de mão) que transportam bagagens e carga. Os preços variam entre R$ 15,00 a R$ 25,00, por carreto, dependendo da distância de onde você vai ficar.

A Ilha, tanto na Brasília quanto nas Encantadas, possui pequeno posto de atendimento médico para consultas e exames da comunidade e de pequenas emergências para visitantes.

A grande lenda da Ilha do Mel fica na Praia das Encantadas. O lugar é uma pacata vila de pescadores, onde fica a famosa Gruta das Encantadas. Os moradores contam histórias fantásticas sobre lindas mulheres - as sereias - que encantavam todos que se aproximavam. A crença nas sereias da gruta é tradição na Ilha. Para ir atrás do canto das sereias, vá no sentido oposto. Se você quiser dar uma volta pela parte norte da ilha é preciso ter fôlego. A caminhada dura entre 7 e 8 horas. Não se esqueça de levar comida e protetor solar. A Gruta das Encantadas está envolta em lendas e histórias fantásticas sobre lindas mulheres que encantavam a todos que delas se aproximavam.

A maioria das trilhas são oriundas da Praia do Farol (é o lugar que tem maior infra-estrutura). Dela, você pode partir para conhecer a Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres ou a Grutas das Encantadas. Escolhendo a primeira opção, siga em direção ao istmo (a pequena parte de terra que liga as duas ilhas).

Em Encantadas também é possível voltar a Pontal do Sul, onde você pegou a barca para chegar à ilha (são 25 minutos). Tanto nesse cais quanto no do Farol (são cinco minutinhos a mais), as barcas saem de uma em uma hora, das 8 hs às 18 hs.

O que fazer:

A Pé (Trekking)
Trilhas, praias, costões, matas, mangues, morros e outras ilhas são todas alternativas imperdíveis. Se você estiver na área da Brasília e Farol aproveite para visitar o Farol das Conchas e a Fortaleza. Em cerca de 1 hora de caminhada pela praia você conhece a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres que começou a ser construído por volta de 1767. No alto do morro, atrás do forte, existe um mirante com uma vista maravilhosa. Na Ilha das Palmas vai conhecer um verdadeiro paraíso natural. Localizado em frente ao Farol das Conchas na Ilha do Mel.

Ainda na Brasília/Farol você deve visitar a praia do Belo. Por uma trilha no meio da mata, passando por manguezais e muitas orquídeas e bromélias, chega-se a esta belíssima praia ideal pra se apreciar o por do sol. Continuando pela mesma trilha, por cerca de 3kms, chega-se a Praia Grande. Pode-se dar uma esticada até a Praia do Miguel e se ainda estiver disposto até a Praia das Encantadas no mar de fora. Aproveite para conhecer a famosa gruta e a pitoresca Praia das Encantadas no mar de dentro.

Caso você esteja nas Encantadas, faça o caminho para o norte seguindo pelo caminho que passa pela gruta. Prossiga pela Praia do Miguel, Praia Grande, Praia de Fora até o Farol da Conchas. Se estiver bem disposto dê uma esticada até a Fortaleza para conhecer um pouco da história do Brasil.

De Bicicleta.
Todas as opções acima podem ser feitas de bicicleta exceto o trecho entre a Praia do Miguel até as Encantadas e vice-versa. Sempre é bom lembrar que as marés aqui na Ilha são acentuadas portanto informe-se antes de sair pois as praias tendem a diminuir de tamanho na maré cheia. Lembramos que o piso das trilhas nas matas é de areia fofa.

Navegando:
A Ilha do Mel não possui marina ou clube, porém, existem diversas opções de atracação na ilha. Nova Brasília, Fortaleza, Encantadas ou Farol são as alternativas mais freqüentadas e seguras. A utilização de carta náutica é fundamental nesta região devido a pouca profundidade (calado), mudanças dos bancos de areia e marés acentuadas.

Outros lugares e atrativos:
Vá também as praias desertas, como a Praia do Miguel ou a Praia do Belo; vistas deslumbrantes, como na Ponta da Nhá Pina; pequenas ilhas próximas, como a Ilha da Galheta e a Ilha das Palmas; os botos da baía de Paranaguá vistos na Ponta do Cemitério; a exuberante vegetação, em locais selvagens, como a Ponta Oeste, são espaços que ainda estão sendo descobertos pelos visitantes da Ilha.

Porém, por serem lugares onde a natureza ainda está bem preservada, são espaços que devem ser visitados com todo o cuidado, para não destruir nem influir no delicado equilíbrio ecológico que ali existe.

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