quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cidade Histórica da Lapa

Cidade Histórica da Lapa
23/11/2002
A histórica cidade possui o maior conjunto arquitetônico preservado do Paraná com 14 quadras e 258 construções tombadas pelo Patrimônio Histórico. Um bom programa para um dia ou final de semana é conhecer a Lapa.

Ela nasceu das paradas dos tropeiros que vinham de Viamão no Rio Grande do Sul e seguiam para Sorocaba em São Paulo levando o gado.

Em 1769 o povoado foi elevado a categoria de Freguesia Nova de Santo Antônio da Lapa. Em 1806 é elevada a vila. Devido ao rápido crescimento, seus moradores enviaram uma petição por intermédio do Coronel José Vaz de Carvalho, ao Governador Geral da Capitania de São Paulo, para que Capão Alto fosse elevada à categoria de Vila. Foi aprovada em 6 de junho de 1806, passando a denominar-se Vila Nova do Príncipe. Em 30 de maio de 1870, foi criada a Comarca de Vila Nova do Príncipe, sendo instalada a 11 de junho de 1871. Em 1872 torna-se cidade, porém com a denominação de Lapa. Com uma intensa vida cultural, a cidade foi o berço de muitos cidadãos notáveis da história paranaense.

Confira o conteúdo completo sobre a cidade histórica da Lapa clicando em leia mais,:.

Economia
As atividades econômicas da Lapa, baseiam-se na agricultura, na pecuária de leite e de corte, na avicultura de corte e na indústria, principalmente extrativa. Os principais produtos cultivados são: batata, milho, feijão, soja e frutas de caroço da qual o município possui a maior área plantada, colhendo em torno de 2000 toneladas de pêssego, ameixa e nectarina.

Geografia
A Lapa possui uma área de 2193 km2 aproximadamente, e situa-se no Segundo Planalto, estando a 907 m acima do nível do mar. O clima apresenta-se fresco e temperado no verão, frio e seco no inverno. A temperatura média é de 20.4º C e 12,7º no inverno.

História
A Lapa também foi o palco de um grande confronto bélico entre as tropas republicanas e os maragatos, contrários a república durante a Revolução Federalista em 1894. A pequena cidade da Lapa transforma-se no cenário da revolução Federalista. Trincheiras, sangue, ferro e fogo, cobrem suas ruas. A cidade resistiu bravamente ao cerco durante 26 dias ante o maior número do exército republicano. O episódio ficou conhecido como o "Cerco da Lapa", concedendo assim ao governo do Mal. Floriano Peixoto, o símbolo da República, tempo suficiente para reunir forças e deter as tropas federalistas.

Ao todo foram 938 homens formadas por forças regulares e civis voluntários, sob o comando do Gal. Carneiro, que lutaram contra as forças revolucionárias formadas por três mil combatentes. Seus restos mortais, assim como de muitos outros que tombaram durante a resistência, estão guardados no Panteon dos heróis, vigiados por uma guarda de honra.

Os Federalistas do Paraná tinham notícia segura da invasão.

Ficou combinado que precederia o forçamento da barra de Paranaguá pelos vapores da esquerda, um movimento insurrecional.

A coragem do Coronel Ernesto Gomes Carneiro no comando dos 938 legalistas republicanos entre soldados, civis, enfrenta e impede o avanço vitorioso dos exércitos revolucionários federalistas de 3000 homens liderados pelo Caudilho Gumercindo Saraiva, cognominado General dos Pampas.

Em Paranaguá a situação era de expectativa.

A fortaleza da barra possuía apenas 1 (um) canhão Krupp de tiro lento e 8 (oito)peças lisas de nenhuma eficiência bélica.

No Porto D. Pedro II, depois das notícias de provável desembarque, estavam 4 (quatro) canhões Krupp, e pouca infantaria, assim mesmo mal disposta efatigada. Dos batalhões que chegaram do planalto metade foi para Antonina onde também havia necessidade de guarnição e onde ficaram 2 (dois) canhões Krupp.

A Lapa, ponto de concentração das tropas, foi lugar estratégico para que Floriano comprasse armamentos no exterior, alterando o curso da guerra civil e consolidando a República.


Atrativos Turísticos
Centro Histórico
Formado por 14 quadras com 258 edificações, sendo 38 destas do século XIX. Deixe o carro estacionado e saia para um passeio a pé, admirando as cores e arquitetura das edificações.

Theatro São João
Foi construído em 1873 em estilo elisabetano, juntamente com o de Sabará em Minas Gerais,e inaugurado em 1876, recebeu a visita do Imperador D. Pedro II em sua comitiva em 1880. Durante o Cerco da Lapa foi convertido em enfermaria. O teatro, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, tem capacidade para 212 lugares e até hoje é o centro cultural da Lapa.

Igreja de Santo Antônio
É o marco arquitetônico mais antigo da cidade. Construída entre 1769 e 1784 é dedicada à invocação de Santo Antonio, Padroeiro da cidade. Seu estilo é colonial português simples, com arcos abatidos e portada em cantaria, sendo seu interior sóbrio e acolhedor, contendo imagens do século passado, de procedência européia, além dos túmulos dos heróis da República, General Carneiro, Coronel Cândido Dulcídio e Amintas de Barros. É tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.

Casa Lacerda
Durante o Cerco da Lapa, foi sede do Quartel General da Segunda Brigada e na sua sala foi assinada a ata de rendição em 1894 com todas as honras de guerra. Por este fato histórico, foi em 1938 tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, e atualmente funciona como uma casa-museu, demonstrando como vivia uma família de classe média no final do século XIX.

Panteon dos Heróis
Edificado em 1944, é uma obra de inestimável valor histórico, onde descansam os restos mortais do General Gomes Carneiro e dos seus bravos companheiros que lutaram e morreram durante o Cerco. Em cada lado do Panteon encontram-se dois canhões conhecidos como "75 aligeirado", iguais aos utilizados durante o Cerco. Os canhões originais foram abandonados pelos maragatos durante o recuo ao sul. Ainda em seu exterior está uma placa comemorativa do cinqüentenário do "Cerco da Lapa", onde está gravada a planta da cidade com ruas trazendo suas antigas e atuais denominações e as localidades onde aconteceram as principais batalhas. O Panteon do Heróis é vigiado por uma guarda de honra e está localizado na rua XV de Novembro em frente a Casa Lacerda.

Casa dos Cavalinhos
Construída em 1888 a casa recebeu este nome por ter em sua fachada inúmeros cavalos com asas. Isto se deve ao fato do seu proprietário ter sonhado com cavalos alados e ganho o prêmio máximo da loteria imperial. Localizada ao lado do Panteon dos Heróis a casa abriga importante documentação histórica sobre o Município.

Prefeitura Municipal
Foi o primeiro prédio construído no Paraná para abrigar uma Escola Pública. Construída em 1890, o lugar foi utilizado como hospital durante o cerco.

Parque Estadual do Passa Dois
São 255 ha reflorestados com espécies exóticas e vegetação nativa, sendo que a área se caracteriza pelo programa de reintegração de fauna com a criação de capivaras, onde o visitante pode observá-las bem como seus hábitos e costumes. Acesso pela rodovia BR 476 distando 10 km do centro. Tel: (041) 822-2977.

Monumento ao Tropeiro
Painel em azulejo feito em 1965 durante a construção da rodovia Lapa - Curitiba pelo artista paranaense Poty Lazzarotto. O painel ressalta a importância da Lapa, como ponto de parada das tropas que transitavam entre Viamão (RS) e Sorocaba (SP).

Museu do Tropeiro
Criado pela Prefeitura Municipal em parceira com a União dos Tropeiros da Lapa, é um importante espaço cultural, que com seu acervo resgata o movimento tropeirista. Deu origem a diversas cidades paranaenses. Um destes pousos foi a Lapa, que pela sua boa vegetação, clima e água, era denominada "País dos Tropeiros".

Monumento a Gomes Carneiro
Mandado erigir pelo governo do Estado em 1928, está localizado na Praça do mesmo nome. Comandou a resistência ao Cerco Federalista em 1894.

Monumento ao Barão dos Campos Gerais
Localizado na antiga Rua das Tropas que possui 2 km de jardins, o monumento a David dos Santos Pacheco, Barão dos Campos Gerais, é uma homenagem ao sertanista, tropeiro, fazendeiro e titular do Império, prestada pelo Instituto Histórico Paranaense. Em 1963 foram transladados para o local seus restos mortais e os da Baronesa dos Campos Gerais.

Pelas ruas, na cultura, usos e costumes do seu povo e agora no museu, revive-se esta importante etapa da história paranaense. Localizado no Centro Histórico. Maiores informações: Tel: (55+41) 822-1616.

Museu de Armas
O prédio foi construído em estilo colonial português em alvenaria de pedras e abriga um importante acervo histórico-militar. Lá estão expostas as armas da Revolução Federalista e as usadas pelo exército brasileiro durante o Império, como canhões Krupp de diversos modelos e calibres, metralhadoras Nordenfeld de fabricação inglesa, fuzis, canhões e balas, retiradas da Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha do Mel.

Abriga ainda duas cópias de gravuras de Debret, obras de 1827, quando de sua visita ao Brasil, com aspectos de Curitiba e da própria Lapa; fotos de heróis lapeanos, além de seus objetos de uso pessoal. O prédio foi adquirido e restaurado pela prefeitura em 1972, sendo que o acervo de propriedade de Osires Stenghel Guimarães. Está localizado na esquina das ruas Barão do Rio Branco e Henrique Dias.

Casa Vermelha
Uma das mais antigas da cidade. Foi uma casa de comércio que tornou-se hotel durante a Revolução Federalista. Hoje abriga um centro de artesanato e o Museu do Tropeiro.

Santuário de São Benedito
Construído em 1947 em estilo moderno com a torre principal no centro do prédio. Guarda a imagem de São Benedito da antiga capela, erguida em 1870 pelos escravos no local.

Casa de Câmara e Cadeia
Foi a primeira casa de detenção da Lapa, inaugurada em 1868. Mais tarde o prédio foi reformado para abrigar a escola normal. Em 1880 recebeu a visita de D. Pedro II. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atualmente abriga um Museu com objetos de época.

Casa da Cultura
Construída por volta de 1880 pela família Rezende, em estilo colonial português. Em 1978, o imóvel foi adquirido pela Prefeitura e restaurado pela mesma e pelo então MEC - Ministério da Educação e Cultura. Nesta casa está instalada a Biblioteca Lapeana desde outubro de 1979. Seu acervo é de mais de 6000 volumes, para empréstimo e consulta. Localizada no Centro Histórico.

Gruta do Monge - Parque Estadual do Monge
O parque foi criado pela Lei nº 4170, de 1960, e pelo Decreto nº 8575, de 1962. Possui uma área de 55 ha. Ladeada por significativa vegetação, além de quedas d’água, e uma fonte de água considerada milagrosa. Recebe a visita de muitos fiéis, em busca da ajuda do ermitão João Maria.

A gruta teria sido abrigo do ermitão João Maria, que se dedicou ao estudo das plantas da região, fazendo orações públicas e medicando enfermos. Possuía olhar manso, estatura baixa, rosto magro, vestia hábito franciscano sobre o qual caíam longos cabelos, barba grisalha e repartia com seus semelhantes o único bem que possuía - a fé. O acesso ao parque se dá por rodovia pavimentada de onde se descortinam paisagens características do Paraná, com muitas araucárias, num percurso de 3,5 km. No alto da elevação, quase na entrada do Parque está a estátua de Cristo abençoando a cidade. O acesso pode ser feito pelas Avenidas Getúlio Vargas ou Munhoz da Rocha.

O local também possui churrasqueiras, banheiros, cancha de vôlei e lanchonete e fica a cerca de 3,5 km do centro da cidade.


Gastronomia Regional
Os tropeiros também deixaram na região a tradição culinária da quirera lapeana, feita com milho quebrado, cozido e socado no pilão, servida com costela de porco frita e virado de feijão com torresmo que pode ser experimentado nos restaurantes da cidade.


Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (55+41) 622-1616 na Prefeitura Municipal e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Turismo Alameda David Carneiro, 336 / Tel: (55+41) 822-1441 - Fax: (55+41) 822-4252

Nenhum comentário: