terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Turismo: atividade em conexões planetárias

Turismo: atividade em conexões planetárias
05/07/2003
Por: Rodrigo Nora
O turismo é uma atividade multisetorial que requer a participação em 52 diversas áreas produtivas da economia brasileira. Os setores públicos e privados proporcionam bens e serviços utilizados pelos turistas.

Alguns não precisam sair para viajar: podem se atirar à Web, em conexões interplanetárias variando de 56 kbp/s à 2Gb, percorrendo, inserindo e mesclando na tela do computador. Lendo artigos, entrevistas, matérias referentes a turismo e outros assuntos provenientes de todos os cantos do globo. Pode ser hábito estar confortavelmente sentado na poltrona passando na tela canais de TV via satélite à cabo ou a TV interativa, (WEB TV) indo e vindo, em espaços estrangeiros com uma velocidade superior aos jatos supersônicos, sem ficar em lugar algum tempo suficiente para ser mais do que visitantes, sentindo-se em casa. Desejo mesmo é ser turista! O turista é um viajante e, muito provavelmente, um curioso!

Não há mais "fronteiras naturais" nem lugares óbvios a ocupar. Tornamo-nos nômades, movendo de um canto para o outro, sendo visitantes sempre em contato direto e virtual.

Não há limites claramente determinados nem um produto tangível, sendo que a produção dos serviços variam de acordo com os países.


Neste nosso mundo pós-moderno estamos sempre atrás de novos desejos e o limite parece ajustar-se à compreensão nas proximidades de uma cultura individual desconhecida.

Os mundos sedimentados nos dois pólos, acima e abaixo na nova hierarquia da mobilidade, diferem acentuadamente, tornando-os incomunicáveis. No mundo dos globalmente móveis, o espaço perdeu sua qualidade restritiva sendo transposto na sua versão "real" e na sua versão "virtual".

As pessoas sem tempo ocioso, em grandes ou pequenas cidades, ficam "ilhadas" em seus escritórios governadas pelo relógio. As fronteiras foram derrubadas para o comércio, turismo e para as finanças, trocando seu bilhete de passagem por algumas horas on-line, chegando ao destino em segundos. Muitos preferem ir ao lugar e não ter esta vida "nômade" mas não tem esta opção. Ficar em casa ou no escritório, neste mundo feito sob medida para o turista, não é legal, mas atrativo e cômodo. Os turistas virtuais se movem porque vêem o mundo a seu alcance e são bem-recebidos. Sem o perigo de ser "barrados" em alguma alfândega ou ser extraditado.

O turismo gira em função dos sonhos e desejos dos turistas. Viajantes que não são turistas pelo simples fato de serem visitantes e não ficarem mais de 24 horas no local. Não se permite que fique inerte (não há lugar que lhe garanta permanência, somente para quem presta serviços de hospedagem podendo-se dizer "hotéis virtuais" ou host. Hospedeiro para garantir a sua leitura e contato com a cultura local para apreciação da paisagem.

Em vias de desenvolvimento ou em países desenvolvidos o turismo é uma fonte importante de divisas, geradora de lucros, de empregos e de impostos para o país.

Na velocidade de um jato supersônico
É inegável que o turista high-tech é consumista. Em uma companhia aérea foram disponibilizados bilhetes para venda diretamente no site da empresa a preços imbatíveis. A cia. aérea programou a venda de seus bilhetes pelo próprio site e as passagens "voaram" - ocasionando um congestionamento no servidor onde o site estava hospedado. Os bilhetes foram vendidos com facilidade, comodidade e segurança em curto espaço de tempo.

Sem dúvida, o crescimento do turismo em escala internacional tem acarretado problemas, principalmente no que se refere ao seu impacto nas comunidades e no meio ambiente. Alguns fatores considerados negativos são: a excessiva ocupação do litoral, por exemplo: na Espanha, o mal planejamento dos locais de temporada, como em Pattaya, Tailândia, ou o turismo sexual em Manila, Bangkok, Cuba, e aqui no Brasil.

Na década de 90, o lucro já não era mais o único critério para apoiar o desenvolvimento turístico, que está cada vez mais ligado ao conceito de sustentabilidade. Um turismo sustentável pode ser definido como “um processo que permite o progresso sem degradar nem esgotar os recursos que possibilitam esse progresso”.

Há um paradigma dos tempos modernos. A visão que o viajante inoperante ou passivo tem em uma determinada localidade fará com que ele conheça pessoalmente o atrativo e não ficar inerte atrás da televisão ou computador achando que conheceu o lugar. Este fato da mídia é muito importante. Somente com a visualização de um determinado lugar juntamente as informações colhidas, o futuro turista despertará anseios e vontades de conhecer podendo chegar até uma agência de turismo e efetuar a compra do seu "pacote de viagem". O outro lado da moeda é que se o futuro turista comprar o seu bilhete diretamente pelo site da cia aérea e reservar diretamente com o hotel pelo site do hotel, como é que fica o profissional agente de viagens neste contexto? Globalização: sonho ou pesadelo?

Algumas profissões mereçem destaque no cenário global propiciando ao turista o conforto, atendimento e a segurança que ele mereçe. Estas profissões fazem o turismo acontecer: profissionais de turismo, atendentes, faxineiros, motoristas e demais funcionários da empresa rodoviária, funcionários do transporte da cidade ou autônomos, redatores, editores, jornalistas (publicações especializadas), desenhistas e todo o pessoal de criação, impressão e distribuição de folhetos promocionais, historiadores, arquitetos, acadêmicos da área, pessoas ligadas ao folclore, funcionários da agência de viagem, pessoal empregado em hotelaria; policiais civis; guias de turismo, guardas de trânsito; guardas municipais, policiais militares, artesões locais, garçons, cozinheiros, prestadores de outros serviços tais como: locação de bicicletas, barcos, vendedores ambulantes, profissionais de eventos, organizadores, montadores, pessoal da limpeza urbana e muitos outros.

Tudo leva a crer que o turismo continuará a aumentar no futuro para se converter num aspecto significativo do desenvolvimento econômico e social em muitos países. O desafio, então, é garantir que esse progresso possa acontecer dentro de uma estrutura sustentável.

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