quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Etnias no Paraná

Etnias no Paraná
22/02/2003

Colonizaram o Paraná. Eles trouxeram na bagagem sua cultura, costumes e tradições. São elas: As etnias migratórias! Vieram para encontrar a paz numa terra desconhecida, que prometia muito trabalho, a esperada terra, produção e tranqüilidade.

O Paraná é um dos estados com a maior diversidade étnica do Brasil. Por isso também o turismo em Curitiba é muito explorado. São alemães, árabes, espanhóis, holandeses, índios, italianos, japoneses, negros, poloneses e ucranianos, povos estes que ajudaram a construir o nosso Paraná atual.

A colonização maciça só começou depois da proibição do tráfico de escravos, o que aumentou a procura de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente no Norte do Estado. Essa mão-de-obra assalariada passou a ser a melhor alternativa para o desenvolvimento da pecuária, até então era a principal cultura do Paraná, e das lavouras de café.

Foi a partir de 1853, quando o Paraná deixou de ser província de São Paulo, que o Governo local iniciou uma campanha para atrair novos imigrantes. Foi entre 1853 e 1886 que o Estado recebeu cerca de 20 mil imigrantes colonizando então o Paraná formando colônias no interior e na capital do Estado.

Alemães - Foram os primeiros a chegarem ao Paraná, em 1823, fixando-se em Rio Negro. Chegaram ao Estado no período entre as guerras mundiais, fugindo das batalhas e barbaridades. Trouxeram ao Paraná todas as atividades a que se dedicavam, entre elas a olaria, agricultura, marcenaria, carpintaria, entre outras. A medida que as cidades prosperavam, os imigrantes passaram a exercer também atividades comerciais e industriais. Hoje, a maior colônia de alemães está no município de Marechal Cândido Rondon, que guarda na fachada das casas e na culinária. Estão concentrados também em Rolândia, Cambé e Rio Negro. A maioria vinda ao Paraná era de Santa Catarina.

Árabes - Eles se instalaram em Paranaguá logo de princípio. Mais tarde eles foram para Curitiba, Araucária, Lapa, Ponta Grossa, Guarapuava, Serro Azul, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, que hoje tem a maior colônia árabe do Estado. Em Curitiba apareceram em maior número após a Segunda Guerra Mundial, quando chegaram a constituir cerca de 10% da população.
Uma das maiores influências dos árabes no Estado está na gastronomia, onde os temperos e condimentos passaram a ser incorporados a culinária de modo geral, além dos kibes e esfihas que até hoje estão presente na mesa dos paranaenses. Os imigrantes dedicaram-se principalmente à produção literária, arquitetura, música e dança.

Espanhóis - Eles chegaram ao Paraná formando Colônias nos municípios de Jacarezinho, Santo Antônio da Platina e Wensceslau Brás. Entre 1942 e 1952 a imigração espanhola tornou-se mais efetiva. Novos municípios, principalmente na região de Londrina, foram formados por esses imigrantes. Desenvolveram muitas atividades comerciais, artesanais e relacionadas à indústria moveleira.

Holandeses - Eles chegaram no Paraná em 1909, instalaram-se em uma comunidade próxima a Irati. Algumas famílias acabaram voltando para a Holanda, outras foram para a região dos Campos Gerais onde em 1925 fundaram a Cooperativa Holandesa de Laticínios. A Cooperativa trouxe a consolidação da colônia de Carambeí. A Castrolanda é a povoação mais recente de holandeses na região.

Índios - Em 1500, o Brasil foi habitado por tribos indígenas, que viviam espalhadas por todo o território nacional. No Paraná, o habitantes primitivos também eram os indígenas que formavam grandes grupos ou tribos, os Jê ou Tapuia e a grande família dos Tupis-Guarani. Os Carijó e Tupiniquim habitavam o litoral; os Tingüi, tem um parque em sua homenagem, a região onde hoje é a nossa Curitiba; os Camé, a região onde hoje é o município de Palmas; os Caigangue e Botocudo habitavam o interior do Paraná. Os primeiros caminhos do Paraná foram feitos pelos índios e usados pelos bandeirantes para penetrar no território: Caminho de Peaberu, Caminho da Graciosa, Caminho de Itupava e Estrada da Mata.

Italianos - Sem dúvida os italianos foram os que ocuparam o primeiro lugar nas imigrações brasileiras. No Paraná eles contribuíram muito trabalhando nas lavouras de café e, mais tarde, em outras culturas. A principal concentração desses imigrantes no Estado está na capital, Curitiba, em Morretes, no litoral, e nas cidades de Palmeira e Lapa, onde existiu a colônia anarquista de Santa Cecília. Os italianos contribuíram também na indústria e na formação de associações trabalhistas e culturais. Santa Felicidade e Colombo hoje estão povoadas com italianos e seus descendentes. Muitos italianos hoje estão concentrados nos bairros do Água Verde, Portão, Rebouças e região central. Migraram fugindo também das guerras. Uma das viagens de navio da Itália para Paranaguá, minha familia estava presente. É um povo muito alegre e comunicativo.

Japoneses - Os imigrantes japoneses se fixaram no Norte Pioneiro, trazendo a tradição da lavoura. Como, porém, desconheciam técnicas agrícolas relativas às culturas tropicais, se dedicaram a piscicultura, horticultura e fruticultura na economia regional.
Alguns dos produtos introduzidos no Estado pelos japoneses foram o caqui e o bicho da seda.
Maringá e Londrina são hoje em dia as cidades paranaenses que concentram o maior número de japoneses. Uraí e Assaí originaram-se a partir de colônias japonesas. Com grande representatividade desta etnia.

Negros -O Paraná tradicional, isto é, o Paraná da mineração, da pecuária, das indústrias extrativas do mate e da madeira, e da lavoura de subsistência , foi heterogênia, estando presentes os mesmos elementos, a população das outras regiões brasileiras: o índio, o europeu, o negro e seus mestiços. Sociedade também marcada pela escravidão e na qual foi significativa a participação econômica e social dos escravos negros.
Na primeira metade do século XIX o número relativo de representantes da raça negra foi 40% do total da população da Província.
Em Curitiba, o escravo estava presente no trabalho doméstico, mas também tinha lugar importante no cenário cultural da cidade. Eles mostravam seu talento musical participando de "cantos" e "danças" no largo do mercado municipal.

Poloneses - Eles chegaram ao Paraná por volta de 1871, e fixando-se em São Mateus do Sul, Rio Claro, Mallet, Cruz Machado, Ivaí, Reserva e Irati. Em Curitiba, fundaram várias colônias que hoje são os bairros Santa Cândida e Abranches. Ajudaram a difundir o uso do arado e da carroça de cabeçalho móvel, puxado a cavalo. Dedicados à agricultura, ajudaram a aumentar a produção do Estado.

Ucranianos - Eles chegaram no Paraná entre 1894 e 1897. Mais de 20 mil Imigrantes chegaram ao Estado e formando suas principais colônias em Mallet e Prudentópolis. Presentes também nos municípios de União da Vitória, Roncador e Pato Branco. No bairro champagnat têm a praça da Ucrânia batizada em sua homenagem. Hoje o Paraná abriga a grande maioria de ucranianos que vivem no Brasil: 350 mil dos 400 mil imigrantes e descendentes.

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