quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ESTÁGIO, EXPERIÊNCIA E EMPREGO

ESTÁGIO, EXPERIÊNCIA E EMPREGO
24/02/2005

As mais angustiantes preocupações constantes no vernáculo de formação dos profissionais de cursos superiores e, em especial, os de turismo e hotelaria, são observadas nestes três itens ou pontos referenciais de interrogação; estágio, experiência e emprego.

O estágio sobre a viabilização de sua execução, sobre a vontade e o interesse do discente em realizá-lo de maneira efetiva e produtiva deve merecer, além da orientação de um docente interado e dedicado, a atenção redobrada das instituições de ensino no tocante à efetividade e eficácia do mesmo, independente até da exigência curricular determinada pelo MEC.

O que se tem observado nos últimos anos são colchas de retalhos sendo costuradas para atender vários interesses públicos e privados, que vai: da expectativa ou até da efetivação de emprego remunerado (às vezes) e provisório; da regularização documental de uma exigência curricular, maquiando-se em relatórios e laudos absurdamente viciados ou defeituosos, para não dizer conspiradores da ética e da decência profissional; e da encenação do poder público, com ofertas mirabolantes de empregos em estágio, sem nenhum comprometimento profissional-acadêmico, mas para atender instituições que se locupletam com esse tipo de oferta de serviço e emprego, através de um controle ineficiente, para não dizer incompetente, das atividades executadas pelos estagiários.

Será que o estágio é isso? É para isso que se exige estagio dos discentes?
A tradução do estágio para a questão profissionalizante pode e deve ser entendida como a inicialização da experiência do discente diante das oportunidades que lhe são oferecidas, seja pelo mercado (foco das atenções e marketing das IES para consolidação dos cursos), seja pela abertura à construção de novos e dignificantes valores profissionais que oportuniza ditar as ações e atividades, pesquisas e teorias, enfim, deliberar sobre os destinos de uma sociedade, de um país, observadas as especificidades de cada área de atuação.

Esse adjetivo bonito traduzido para a denominação “experiência” deve ser compreendido de maneira a melhorar a conscientização tanto dos discentes quanto das direções das instituições de ensino superior, no sentido de estabelecer programas, planos e projetos que possibilitem ao acadêmico, tanto em sala de aula, quanto em estágio, principalmente nesse último, ordenar e organizar suas ações de acordo com a teoria e a técnica coletada pelos ensinamentos dos docentes e a prática através do oferecimento dos serviços, do emprego em estágio.

Desse modo, o que se vislumbra é a força da mão-de-obra especializada que traduzida para o item emprego pode se transformar no incremento de uma política sobre a profissionalização, de maneira clara, ética e, acima de tudo, com qualidade, ou seja, não se enveredando para o simplismo da recepção, após alguns anos de estudo e freqüência escolar, de um canudo, de um diploma, de um certificado de conclusão de curso superior, mas, formatando um conceito puro e verdadeiro de um formando capaz de assumir com credibilidade, dentro da sua área de atuação profissional, quaisquer desafios.
Esses itens, com certeza, fazem parte da trajetória curricular dos discentes, quando são obrigados a realizarem estágios sem nenhuma correspondência profissionalizante, apenas para cumprir uma exigência formal e normatizada e que merece, obrigatoriamente, um estudo mais aprofundado tanto das instituições quanto do Ministério da Educação, no sentido de criar canais e mecanismos legais, garantindo ao discente a realização de um estágio decente, efetivo, eficiente e eficaz.

Não se quer aqui desqualificar e nem pedir a eliminação do estágio dentro das obrigatoriedades curriculares, o que propomos aqui é um envolvimento e uma relação, de maneira até contratual, onde sejam especificadas aos discentes as garantias morais, éticas, sociais, educacionais, econômicas e políticas a serem cumpridas pelas instituições de ensino superior, no que se refere à produção e exigência para a realização do estágio, construindo assim uma relação harmoniosa e produtiva entre a academia, as empresas e o mercado, proporcionando uma crescente melhoria da docência bem como do significado profissional promovido pela formação de ensino superior.

Traduzindo, deve haver uma relação contratual, formal e legal entre as instituições de ensino superior, o poder público e todos os componentes do mercado, para estabelecer, de maneira suficientemente objetiva, todas condições de oferta de estágio e experiência, emprego e garantia de profissionalização.

O sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, mas o sonho sonhado em conjunto é a certeza de uma realização.
Indicamos: Ione Bonfim e Marcelo Veloso.
Coop-line Tur

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