terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Não deixe de tirar férias...

Não deixe de tirar férias...
29/10/2003
É fácil encontrar, nas organizações, aquelas pessoas que trabalham de janeiro a janeiro, principalmente se forem gerentes. Adiam suas férias o máximo possível, nunca tiram o mês inteiro a que tem direito e, quando estão longe, ligam diariamente para o trabalho, preocupados em saber como as coisas estão andando na sua ausência. Um caso de dedicação profissional extrema, podem pensar alguns. Na verdade, essa atitude pode ser uma evidência, muito comum, de que alguma coisa vai mal na empresa, além da qualidade de vida do gerente afogado em trabalho. A resistência em tirar férias pode esconder um profissional centralizador, com grande dificuldade em delegar. E que dificilmente está investindo na formação de uma equipe de trabalho eficaz e autônoma, essencial em qualquer empresa competitiva. Quem, principalmente nesta época do ano, vê-se diante de um impasse na hora de tirar férias, mesmo em momentos de "crise", deve refletir sobre como está conduzindo a sua equipe de trabalho. "O gerente ou administrador que possui uma equipe competente sabe que pode tirar férias tranquilo", assinala o consultor Ricardo de Almeida, diretor da TGI, integrante da Rede Gestão.


Afinal, diz ele, a principal responsabilidade de um gerente não é fazer as coisas mas, sim, fazer com que elas sejam feitas. O bom gerente não é aquele que concentra o maior número de atividades possível, mas aquele que consegue fazer com que a sua equipe as faça bem. Sentir-se insubstituível e acreditar que ninguém mais na empresa é competente o suficiente para "tocar" o negócio durante o seu período de férias revela uma postura pouco competitiva. Quem busca qualidade e produtividade no seu negócio, sabe que investir na equipe de trabalho é o caminho mais seguro para alcançar estes objetivos. "Boas equipes não são obra do acaso, nem dependem apenas de bons valores individuais", assinala Francisco Cunha. Equipes competentes são resultado de muito trabalho e treinamento. Desenvolver equipes autônomas, eficazes e competentes é uma exigência não só para que o gerente possa tirar suas férias - merecidas e necessárias - com tranqüilidade. Mas para assegurar a capacidade competitiva da empresa em um ambiente cada vez mais exigente, onde gerentes "desestressados" e menos sobrecarregados de responsabilidades delegáveis têm mais capacidade de se darem bem.

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