terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Turismo pode crescer além do esperado

Turismo pode crescer além do esperado
12/06/2004
Segundo Mares Guia, o bom desempenho da economia nos três primeiros meses do ano, divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – com crescimento de 2,7% do PIB, acima das expectativas do mercado –aumentou ainda mais o otimismo do setor.No primeiro quadrimestre de 2004, o Brasil recebeu 1,95 milhão de passageiros em desembarques internacionais. O número é 17% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando 1,66 milhão de pessoas desembarcaram no país, segundo dados da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), divulgados nesta quinta-feira (03), em Brasília, durante a 5.ª Reunião do Conselho Nacional de Turismo.

O aumento do número de desembarques internacionais refletiu positivamente no ingresso de dólares. De acordo com o Banco Central, nos quatro primeiros meses do ano, os gastos em viagens internacionais no Brasil somaram US$ 1,12 bilhão, contra US$ 774 milhões entre janeiro a abril de 2003 – um aumento de 45,87%.

Segundo o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o bom desempenho da economia nos três primeiros meses do ano, divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – com crescimento de 2,7% do PIB, acima das expectativas do mercado – aumentou ainda mais o otimismo do setor. “Eu sempre falei que o turismo poderia crescer 7% a 8% este ano, mas o cenário macroeconômico mostra que é possível crescer além do esperado”, disse. De fato, o aquecimento do turismo é animador, mas a criação de empregos no setor – uma das principais metas do Plano Nacional de Turismo (PNT) – ainda depende da oferta de crédito. “Precisamos investir R$ 18 bilhões nos próximos quatro anos para gerarmos 1,2 milhão de empregos”, alertou Mares Guia.

Durante a reunião, representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, todos membros do Conselho Nacional de Turismo, apresentaram um balanço dos financiamentos realizados no setor, apontando as principais dificuldades e as perspectivas futuras para a realização de negócios. E o que se viu não é nada animador. Em 2003, apenas 16% dos R$ 1,79 bilhão ofertados em linhas de crédito foram utilizados pelos empresários. “O turismo ainda não é prioridade entre os bancos. As linhas precisam se adequar às especificidades do setor”, declarou o presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (ADIBRA), Alain Baldacci.

Recuperação

O fraco desempenho dos financiamentos no ano passado já dá sinais de recuperação em 2004. Até abril deste ano, a Caixa Econômica Federal aplicou R$ 45 milhões no turismo, contra R$ 90 milhões durante todo o ano de 2003. Já o Banco do Nordeste (BNB), que aplicou R$ 79,7 milhões no ano passado, já investiu R$ 83,1 milhões somente nos quatro primeiros meses deste ano. Quanto ao BNDES, foram aplicados R$ 12,3 milhões entre janeiro e abril, contra R$ 74,1 milhões em 2003.

A informalidade e a alta taxa de inadimplência, principalmente no setor hoteleiro, ainda são os maiores obstáculos encontrados pelos empresários na hora de realizar um financiamento. Por outro lado, a modesta divulgação das linhas e a burocracia dos bancos são apontados pelas empresas como os principais problemas para a falta de investimento no turismo. Mares Guia já iniciou uma política de aproximação entre os empresários e os agentes financeiros para superar qualquer obstáculo que possa ameaçar o crescimento do setor. Na última quarta-feira (02), o ministro discutiu os problemas com os presidentes dos bancos numa reunião que contou com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. “Tive apoio dos bancos. Em pouco tempo vamos superar tudo isso”, garantiu. O ministro voltou a tratar do assunto, nesta sexta-feira, durante reunião ministerial.
Por: Eric Alves

Nenhum comentário: