segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O Turismo Rural

Para viver de forma sustentável é preciso aceitar o dever de buscar harmonia com os homens e com a natureza. Não se deve tomar da natureza mais do que ela pode repôr. Obedecer a esses princípios significa adotar estilos de vida e caminhos para o desenvolvimento que respeitem os limites da natureza.

Uma sociedade sustentável:

* Respeita e cuida das comunidades;

* Conserva a vitalidade e a diversidade dos seres vivos;

* Melhora a qualidade de vida humana;

* Permanece nos limites da capacidade de suporte da Terra;

* Minimiza o esgotamento de recursos não renováveis;

* Modifica suas atitudes e praticas pessoal;

* Permite que as comunidades humanas cuidem de seu próprio ambiente;

* Busca o desenvolvimento sem deteriorar o patrimônio cultural, os recursos naturais e o ambiente;

* Administra a utilização e a renovação simultânea dos recursos;

É preciso satisfazer as necessidades do momento, sem comprometer a capacidade de atender as gerações futuras.

Hoje habitam nosso planeta bilhões de pessoas que, dia após dia, consomem energia, água e matérias-primas. Esse enorme contingente de indivíduos exerce pressão sobre os recursos naturais que vão sendo exauridos gradativamente.

Para que a vida na Terra possa continuar a existir, todas as atividades humanas deveriam ser baseadas no equilíbrio ecológico, na harmonia entre as pessoas e o lugar onde vivem na conservação do ambiente. O homem precisa saber utilizar corretamente os recursos esgotáveis e desenvolver formas de agricultura, de pecuária, de indústria e de comércio baseadas em práticas sustentáveis.

O turismo rural pode ser considerado uma atividade ideal, não impactante e não poluente. Pode, ser praticado de maneira racional, duradoura e capaz de melhorar a qualidade de vida de uma grande parcela da população. É o turismo responsável, que atua com sustentabilidade, visando a conservação do patrimônio natural e cultural, desenvolvendo atividades lucrativas que possam garantir a sua manutenção e a melhoria da vida das comunidades envolvidas.

É uma forma de empreendimento econômico que:

Acontecem em espaços naturais visando a regeneração e produtividade de recursos ambientais renováveis;

Reconhece a contribuição das pessoas e comunidades, dos costumes e diferentes maneiras de viver a experiência turística;

Enfatiza a noção de que a população deve receber uma parcela justa dos benefícios econômicos advindos de suas atividades;

Afirma que o desenvolvimento turístico deve ser pautado segundo a vontade dos visitantes e das comunidades das áreas ocupadas.
Fonte: Paraná Turismo
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As atividades turísticas no espaço rural têm ganho nos últimos anos, grande dimensão econômica e social, envolvendo diferentes atores, demonstrando novos valores. A dificuldade de reconhecer as atividades turísticas no espaço rural tem origem na própria dificuldade de interpretar o turismo e o espaço rural e na identificação das diversas formas de como se apresentam.
Observa-se que as atividades de visitação e lazer no espaço rural, como outras formas de turismo, remontam à antigüidade, quando imperadores e guerreiros refugiavam-se nos campos, fugindo do cotidiano da grande Roma. Na Idade Média, os nobres retornavam ao campo, mesmo que temporariamente, à procura do descanso e lazer. Tem-se notícia, na Espanha do início do século XI, do surgimento das primeiras hospedarias rurais no Caminho de Santiago de Compostela, centro de peregrinação cristã. Após a Revolução Industrial, que influenciou o processo migratório da população rural para os centros urbanos, muitas pessoas mantiveram o hábito de visitar familiares e amigos no campo, à procura de vivenciar realidades distantes do cotidiano urbano. Mas, a origem de atividades turísticas no espaço rural, como estratégia de reprodução socio-econômica para o meio, segundo, surgiu há aproximadamente 150 anos, na Alemanha. Lá, as fazendas recebiam visitantes no período das férias escolares, ofertando acomodações mais econômicas e a convivência com o cotidiano produtivo.

Nos últimos anos, a atividade vem alcançando fantásticos índices de crescimento, sendo possível reconhecer uma multiplicidade de formas de fazer turismo nos espaços rurais. Algumas estão diretamente envolvidas com o cotidiano agropecuário, voltadas para a valorização do campo e reconhecimento da cultura local. Outras, como os grandes empreendimentos hoteleiros nas famosas estações de esqui e grandes ressorts espanhóis, utilizam o rural somente como espaço físico para sua implantação e não interagem com a realidade local.

As atividades turísticas no espaço rural brasileiro começaram a se desenvolver há aproximadamente 20 anos e ainda confundem-se em seus múltiplos conceitos. Voltada principalmente para a realidade do campo, com suas tradições e culturas, também é denominado de turismo rural, turismo de interior, turismo alternativo, endógeno, turismo verde e turismo de campo. Apresenta várias modalidades e diferentes possibilidades de integração com as práticas agropecuárias cotidianas, com a criação de animais silvestres como o javali, capivara, avestruz, aves exóticas, atividades esportivas, culturais, medicinais, ou mesmo voltadas para práticas tipicamente urbanas.

Tem-se notícia, no início dos anos 1980, em Lages, Santa Catarina, dos primeiros empreendimentos turísticos do TER no Brasil. Aquela cidade foi batizada de “ Capital Nacional do Turismo Rural”, pois foi onde surgiram os primeiros empreendimentos turísticos rurais, em resposta às dificuldades financeiras enfrentadas por produtores rurais da região. Em um primeiro momento, a Fazenda Pedras Brancas, pioneira na atividade, recepcionava turistas ofertando algumas atividades lúdicas relacionadas ao cotidiano da fazenda. Neste “dia de campo”, o visitante era recepcionado pela manhã, permanecendo até o anoitecer, participando da tosa das ovelhas, do plantio e da colheita. Outras iniciativas se multiplicaram rapidamente e, num segundo momento, fazendas como a do Barreiro e Boqueirão começaram a ofertar hospedagem, além do dia de campo.

No fim do anos 1980, em São Paulo, na região de Mococa, um grupo de proprietários se reuniu e construiu um produto turístico formado por antigas fazendas da região, ofertando cavalgas, hospedagem e gastronomia típica. Tem-se notícia, em 1991, do primeiro empreendimento turístico no espaço rural mineiro, na Fazenda do Engenho, em Carrancas. Em 1993, o Turismo Rural passa a ser também desenvolvido em Lavras do Sul, no Rio Grande do Sul, propagando-se rapidamente pelo país.

O Rio Grande do Sul, um estado que prima pela preservação de suas tradições culturais, adotou uma política de desenvolvimento e fomento do Turismo Rural, que vem apoiando a atividade, criando rotas rurais com o objetivo de reunir propriedades e municípios próximos pela valorização do produto local (p.ex: uva e vinho) ou de uma característica marcante (p.ex: colonização italiana) e apoiando o surgimento das “fazendas-pousadas”, na região pecuarista da Campanha Gaúcha. Santa Catarina, o berço das atividades turísticas nos espaços rurais no Brasil, possui leitos rurais, em sua grande maioria no Planalto Serrano e Vale do Itajaí, mas existem áreas de turismo rural espalhadas pelas demais regiões.

Neste estado, foi criada a ABRATURR (Associação Brasileira de Turismo Rural), inicialmente como associação representativa dos empreendedores do turismo de Lages-SC, hoje atuando em âmbito nacional. O Paraná, estado de grande beleza, encontra-se em plena fase de valorização e reconhecimento da realidade e cultura rural, apresenta programas como a Rota dos Tropeiros que leva o turista a reconhecer o caminho e as experiências vividas anteriormente por aqueles que foram os desbravadores regionais .

Em São Paulo, o fortalecimento do turismo em áreas rurais, especificamente do TR, aconteceu depois do fim dos anos 90, mas, anteriormente já existiam alguns empreendimentos espalhados pelo Vale do Paraíba e na região de Mococa. Atualmente, é possível verificar atividades voltadas para o cotidiano do campo e em áreas de proteção ambiental. Em Sousas e Joaquim Egídio, em Campinas, ativaram-se projetos voltados para o reconhecimento pelos turistas do cotidiano agropecuário das propriedades nelas inseridas e em municípios, como Amparo, Itu, Bananal, São José do Barreiro, entre outras tantas, com belas e antigas fazendas, aptas para a implantação de programas de turismo. Minas Gerais é o estado brasileiro que detém o maior número de empreendimentos voltados para atividades turísticas no espaço rural, oferecendo um produto voltado para a tradição agropecuária, enriquecido pela arquitetura de suas antigas fazendas igrejas e monumentos, serras, cachoeiras e muitos outros atrativos que disponibilizam um grande número de opções.

Em diversos municípios, como Maria da Fé, Cruzília, Extrema, Santana dos Montes, Jaboticatubas, Tiradentes, Barbacena, Divinópolis, Itapecerica, Carandaí, Congonhas, Ravena, Pedro Leopoldo, Itapeva e Delfim Moreira, podem ser encontrados vários empreendimentos, ofertando diferentes produtos turísticos tais como o cotidiano agropecuário, cavalgada ecológica, grandes empreendimentos voltados para lazer.

O Espírito Santo, um dos estados “mais turísticos deste nosso Brasil”, apresenta especial aptidão para as atividades turísticas no espaço rural voltadas para a valorização do cotidiano produtivo das propriedades agrícolas. Tradicionalmente em municípios como Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante as atividades turísticas rurais agregam valor e valorizam a realidade local.

O Rio de Janeiro, estado que apresenta grande potencial para a atividade turística no espaço rural, graças à rica tradição regional, belezas naturais e arqutetônicas, propicia ao turista momentos de descanso, lazer e reconhecimento do cotidiano das propriedades, principalmente nas regiões serranas, como no município de Nova Friburgo na região serrana, em Vassouras entre outras tantas belas localidades do Estado.

No Mato Grosso do Sul desenvolvem-se atividades voltadas à visitação ecológica e ambiental nas regiões próximas a Campo Grande e o Pantanal, em propriedades rurais particulares, que oferecem hospedagem, alimentação, programas de pesca, “tours” a cavalos ou de carro, safáris fotográficos, churrascos tipo pantaneiro e excursões pela mata.

O estado da Bahia vem promovendo alguns planos de desenvolvimento regional. Entre eles, a “Rota do Cacau”, que congrega alguns municípios cacaueiros, com antigas fazendas de grande beleza e riqueza arquitetônica, proporcionando ao turista, hospedagem, alimentação, dia de campo e lazer. É possível reconhecer atividades turísticas no espaço rural, nas regiões de Ilhéus, Itabuna, Chapada Diamantina e na periferia de Salvador.

No Distrito Federal, no entorno de Brasília principalmente, existem restaurantes rurais e propriedades que oferecem ao turista a oportunidade de passar o dia na roça, conhecer o cotidiano produtivo e comprar os produtos regionais. Não se pode deixar de comentar a grande importância das atividades turísticas rurais em outros estados da federação tais como Pernambuco, Acre, Amapá ,entre outros tantos, que estão despontando pela qualidade e diversidades de seus produtos turísticos rurais.

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